"São pensamentos soltos traduzidos em palavras Pra que você possa entender O que eu também não entendo"

Concordei com o 'compromisso ético' do blog da Dora (caffe bar) e por isso pretendo praticá-lo aqui.
Assim o farei: todo texto que não for meu estará em BRANCO e com a possível referência. Os meus textos estarão coloridos, como gosto de postá-los.

Se gostou, divulgue. Mas indique a fonte.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Frase da Semana


Incrível como algumas coisas deixam marcas, e até parece que foram marcadas à ferro, porque você ainda as sente.”Caio F. Abreu

Algumas coisas insistem,  e isso é bom. Insistem em estar no mesmo lugar,  insistem em fazer-nos sentir a mesma coisa, insistem em ter o mesmo sabor doce. Algumas pessoas também. Parece-me um sinal de que o lugar delas é bem ali, bem por perto. É como acordar de manhã e saber que suas coisas estão em volta, seus livros, sua estante, suas meias, nada foi retirado do seu devido lugar. Isso conforta, injeta uma espécie de segurança  na vida e permite levar a cabeça tranquila ao travesseiro, ainda que para algum desapercebido isso seja bobagem.

domingo, 23 de outubro de 2011

Passarinho

Uma menina ganhou um passarinho em seu aniversário, era um momento de tanta festa e alegria que sequer deu atenção ao pobre animalzinho. Na manhã seguinte pôde se redimir, fazendo dele seu mais novo amigo.
Após alguns dias, entre um cantarolar e outro, sentiu-se incomodada com a situação do pequeno, pois o havia ganhado em uma gaiola muito apertada, certamente ele não seria feliz ali. Decidiu então comprar-lhe uma gaiola  maior e continuou a cuidar dele pessoalmente, dia-a-dia, esse era seu maior encantamento.
Dançava ao som de seu canto e ouvia-o de qualquer cômodo da casa. Porém, com o passar do tempo, também aquela gaiola que comprou e pareceu um dia tão apropriada, já não era mais. O espaço entre as grades massacrava o coração da pobre menina, e apesar dele jamais ter se queixado - fosse debatando-se contra as grades ou emudecendo seu canto- ela estava decidida a lhe proporcionar algo melhor.
Em uma noite sonhou que o via no jardim, logo quando acordou a idéia estalou: faria para ele um viveiro e assim ela se sentiria mais feliz. Construído o viveiro, seus olhos, atentamente fixados nele, refletiam como ela o amava. Foram dias radiantes.
Ele mantinha seu canto e voava tranquilamente para onde queria. Ela passava todos os dias com ele no jardim, mas não conseguia cantar como ele, nem voar como ele, achava que as telas a atrapalhavam. Também o eco causado pela cobertura a incomodava, e a falta de luz que lhe parecia uma constante era terrível.
Aos poucos, o cativeiro não mais parecia agradável a ela. Crescia uma angústia em seu peito sempre que o via. Para ela seria bem mais fácil se ele demonstrasse incômodo, cortando a tela com o bico ou até mesmo tirando as próprias penas, assim, ela teria certeza do que fazer.
Mas não era isso, ele bebia e voava, comia e cantava, apesar dela não mais dormir. Estática a noite inteira, seus olhinhos de menina enchiam-se de sono em vão, pois não conseguia sossegar.
Numa tarde, passou horas sentada frente àquela clausura, ouvindo o canto que mais gostava. Durante uma pausa de seu amigo se convenceu da decisão mais acertada. Levantou-se e abriu uma pequena portinha que havia entre as telas, era o local de colocar o alimento dele. Ela não exitou em sair correndo, precisava ter certeza de que não erraria, permitindo a ele o que precisava. 
Naquela noite de liberdade a menina teve os sonhos mais lindos que já lhe haviam ocorrido. 
Acordei hoje com uma sensação de que estou guardando muita coisa sem necessidade. Nas prateleiras e armários amontoam-se pedaços e até coisas inteiras sem qualquer utilidade. E parece-me que esta situação perpetua-se por toda parte, são coisas e pessoas, pessoas-coisas que insistem em não me servir pra nada. Sinto que está na hora da limpeza. Afinal, chega uma hora que não dá mais pra carregar nas costas, é preciso que tudo siga lado a lado.

domingo, 3 de julho de 2011

"Confesso que ando muito cansada, sabe? Mas um cansaço diferente. Um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de deixar as coisas acontecerem." (Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nas nuvens

Quando estou nas nuvens ou pisando em ovos, meu desejo mais urgente é a terra firme. Posto que não quero me sentir livre. Nunca quis, tanto como agora, pertencer.


Meus olhos que buscavam os campos e refletiam o mar, agora se encantam com os cantos das quatro paredes nossas de cada dia. E com a possibilidade da beleza eterna da sua companhia eu me pego a sonhar acordada.


Digo adeus às efemeridades da solidão errante e digo amém à cumplicidade rotineira das mãos dadas. Ainda que cedo, quero me empenhar em coar os problemas junto com o café. Às tardes me ponho a bordar nosso conto de fadas. Eu que nunca gostei de casinha, passo a desejar ser a princesa encantada.


Depois, vou pedir baixinho: não me deixe sozinho, vá somente até onde seus olhos se lembrem de mim. E quando a noite chegar, nos seus ouvidos eu prometo que vou contar histórias para te ver dormir.

sábado, 21 de maio de 2011

Agora entendo que algumas pessoas passam por nossas vidas e deixam marcas tão belas que desejamos estar com elas, mesmo que não ao lado, mas sempre que possível, por perto. Sem incomodo, nem apelação, apenas internamente. Aplaudindo-as ainda que do fundo da platéia, onde os olhos brilhantes não nos possam alcançar. Não por paixão ou saudade, mas por carinho e admiração. Como forma de agradecimento aos bons momentos e ao bem-querer que nos fora ofertado. É uma forma de dizer baixinho: obrigado.
"Não que tenhamos perdido a humanidade, o encanto e calor que era fácil de ser alcançado por nossos ancestrais; antes, é que nossas dificuldades são um tipo que só em raras ocasiões podem ser curadas ou aliviadas pela partilha de sentimentos, mesmo os mais calorosos. Os sofrimentos que costumamos experimentar a maioria das vezes não se somam e portanto não unem suas vítimas. Nossos sofrimentos dividem e isolam, nossas misérias nos separam, rasgando o delicado tecido da solidariedade humana."(BAUMAN. Em busca da política)
Depois de ler isso, precisei ouvir a música do Bob Marley "Could you be loved".

sábado, 14 de maio de 2011

Quase um Segundo

Fiquei gelada.


Gostaria de ter cortado a respiração por alguns instantes até que me visse longe, longe daquelas páginas, as quais na verdade não deveria ter procurado. Mas como diz minha mãe: "Quem procura acha" e nem sempre a surpresa é boa! O que me levou ali não foi o mesmo que me trouxe de volta. De volta ao texto para me refugiar e questionar as coincidências que não deveriam existir. Pensei em mudar, mas não seria autêntica, não como agora estou sendo em escrever essas bobagens só para evitar a tristeza às portas. Foi ruim descobrir qualquer semelhança, qualquer gosto em comum, ainda que um cantor ou frases soltas...coincidências que dispenso. Sou tão eu que isso me angustia, me enfurece e me faz querer distância até mesmo de quem parece só me querer bem.

"Eu queria ver no escuro do mundo/ Aonde está o que você quer/ Pra me transformar no que te agrada/ No que me faça ver/ Quais são as cores e as coisas pra te prender/ Eu tive um sonho ruim e acordei chorando/ Por isso eu te liguei"

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Citação do meu TCC: "(...) A Educação para a cidadania passa por ajudar o aluno a não ter medo do poder do Estado, a aprender a exigir dele as condições de trocas livres de propriedade, e finalmente a não ambicionar o poder como a forma de subordinar seus semelhantes. Esta pode ser a cidadania crítica que almejamos. Aquele que esqueceu suas utopias, sufocou suas paixões e perdeu a capacidade de se indignar diante de toda e qualquer injustiça social não é um cidadão, mas também não é um marginal. É apenas um NADA que a tudo nadifica." FERREIRA, Nilda Tevês. Cidadania: uma questão para a educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Essa semana quero dar uma dica pra quem nunca ouviu Tiê, é uma cantora nacional que possui uma voz encantadora e letras singulares. Vale a pena parar para ouvir, minhas músicas preferidas são: "Chá verde", "Dois" e "Se enamora".


"Mas eu to feliz, eu juro pelo meu irmão.

O saldo final de tudo foi mais positivo que mil divãs.

Por isso que não adianta querer julgar,

é cada um por si, na sua própria bolha de ar.

Mas o que eu penso mesmo, é encontrar alguém,

que me dê carinho e beijos, e me trate como um neném."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sou uma admiradora das palavras, longe de mim preteri-las, mas as vezes uso e abuso delas por receio de deixar que o silêncio invada. É que sinto no silêncio um preenchimento absurdo, que prefiro evitar ao seu lado. Queria conseguir me calar e ouvir mais e juro que faria se não fosse essa mania de querer agradar. Eu acabo por esconder mais de mim que mostrar. Queria que soubesse que não sou essa não, que só me faço. Sou alguém de águas tranquilas, alguém a quem se pode dar a mão sem errar o passo. Em quem se pode confiar.

sábado, 9 de abril de 2011

"A amizade e a lealdade residem numa identidade de almas raramente encontrada" [Epicuro]

quinta-feira, 31 de março de 2011

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achar, segure-o!" (Fernando Pessoa)

segunda-feira, 21 de março de 2011

prosa a dois

Agora você vai dizer que se cansou, que eu já não me pareço mais com aquele alguém que você conheceu há algum tempo atrás. E apesar de redundante isso não será bastante por que você vai dizer que terminou, você já não merece mais, você perdeu, se arrependeu e agora quem dá o adeus sou eu. Então você vai pedir para eu parar, vai se desculpar e até implorar para não tentar rimar assim a nossa história. Porque eu prefiro prosa... Lembra?
Eu prefiro prosa.

domingo, 20 de março de 2011

repassando

"...igualdade, com certeza, só conseguiremos, em sua plenitude, através da Educação, vertente única em que se podem buscar novos horizontes de socialização de bens e de cidadania. Sei que não estou dizendo nenhuma novidade, mas parece que o óbvio, exatamente por ser óbvio, fica à merce de se situar num plano secundário. De tanto que se ouve, não se ouve mais. Fica banal. Mas, mesmo assim, vou repetir: a única saída para transformar a realidade de pobreza e corrupção do homem é a Educação. A Educação é a âncora que pode fincar a consciência humana num terreno fértil para se plantar e colher a modificação da realidade social e econômica do mundo. A Educação torna o homem conhecedor da existência das diversas culturas, das diversas formas de pensar, enfim, da diversidade do humano, e este homem, assim preparado, passa, conscientemente, a respeitar a igualdade na diferença e a diferença na igualdade." (Marlene Salgado de Oliveira )

domingo, 13 de março de 2011

...

O carnaval foi delicioso, uma pausa entre as rotinas de estudo e estudo! Encontrei amigos e tomei muitas doses de boas risadas! E o pós-carnaval não deixou a desejar. Explorando meu lado clichê: o melhor da vida eu vivo offline!

Lembranças II

Minha mãe sempre repetiu que eu não deveria rir das outras crianças quando caíssem ou se machucassem. Acredito que a ideia era ensinar a não rir das pessoas em situações desconcertantes, principalmente em casos de acidente, pois as gargalhadas, quase incontroláveis, envergonhariam ainda mais.

O interessante é que a recíproca não era verdadeira. Quando pequena eu sofria de um desvio pouco conhecido, provavelmente desenvolvido pelo excesso de mimo e muito ajudado por minha índole pacífica. Imagine o absurdo: sempre que eu caía, fosse no meio de uma brincadeira ou andando daqui-para-ali, eu não me levantava sozinha, de forma alguma. No melhor estilo "manga madura", que não se contenta em cair, precisa se esparramar!

Em geral eu chamava meus pais num choro contido ou esperava a boa vontade do adulto mais próximo afim de que este num gesto de piedade me levantasse do chão. Fato é que por isso, ao contrário de outras crianças que malandramente se recuperavam do susto, eu fui por muitas vezes alvo das tais gargalhadas que tanto me privara.

Eu sei que as pessoas em geral tentam evitar o riso nessas ocasiões vexatórias, mas quase ninguém consegue. O divertido é que as situações constrangedoras podem ser imortalizadas, e o são há algum tempo no melhor estilo "video cassetadas", o que tomou proporções globais após o fenômeno YouTube, que torna tudo ainda mais divertido e desconcertante.

É nessas horas que eu agradeço pela sorte de não ter tido nenhum tio palhaço
o bastante para me pegar no flagra numa filmagem inusitada que se perpetuaria para alegria dos familiares; ou pelo simples fato de não ser famosa, o que evita ter um exército de paparazzi ao meu entorno.

Já a Ana Hickman não tem a mesma sorte. Assistir a transmissão ao vivo ajudou a comprovar que eu não exagero quando descrevo as tais cenas de infânica, visto que a "manga madura" é uma síndrome terrível que dificulta a recuperação de qualquer um. Admito que foi reconfortante descobrir que outras pessoas sofrem do mesmo desvio. O melhor é que isso garantiu a mim e a outros milhares de telespectadores boas risadas nesse carnaval.

Como diria minha mãe, é muito feio rir da desgraça dos outros... Mas é b
om! Afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Lembranças I

Micos

Quem quando criança nunca foi alvo das terríveis brincadeiras infantis? Ainda que você fosse do tipo que aprontava as suas, sempre tinha um para ir mais longe e acabar com a festa. Os piores diabinhos normalmente são donos das carinhas mais angelicais e curtem a infância instaurando o caos na vida alheia.


Sempre me achei uma criança boba. Com momentos de estripulia, mas boba. Não possuía táticas de convencimento dos meus pais, como outras crianças, do tipo chorar até ficar roxa, inventar amigos imaginários, me jogar no chão, fazer greve de fome ou fingir ataques epiléticos. O grande problema era ser facilmente domada. Parece que isso ao menos facilitava para que os adultos gostassem de mim. Dificilmente havia reclamações de tias ou avós quanto a coisas quebradas ou animais domésticos mal-tratados, como acontecia em relação aos meus primos. Normalmente minha boa-fama ajudava a angariar muitos presentes em épocas de festa. Isso dificultava mesmo a vida das outras crianças da família, visto que meus pais e avós, apesar de presentear, o faziam com certa indignação no caso dos que consideravam não merecedores, aqueles que apresentavam comportamento difícil ou temperamento egoísta.


Mas, como já diz o ditado, nem tudo são flores. Eu sempre fui um prato cheio para as maldades alheias e até entendo que eu fazia por merecer. Posso afirmar que algumas dessas peripécias eram, por assim dizer, hilariantes. Lá pelos meus quatro anos de idade lembro-me de um primo que brincava comigo quase todos os dias. Ele era uma ótima companhia, a não ser por um costume um tanto inconveniente. Havia dias em que brincávamos muito alegres, em outros, porém, ele resolvia botar em prática sua tática cruel.
Com as mãos nos meus ombros fazia com que eu andasse para trás, me levava de dentro de casa até a porta da sala, passo a passo eu me aproximava ao “grand finale”. Tudo acabava quando os passos não encontravam mais o mesmo patamar do piso e eu rolava estrebuchada pelos degraus que davam no corredor.
O mais incrível dessa história é que a cena sempre se repetia, eu nunca perguntei, mas gostaria de saber o que passava na cabeça da minha mãe nessas horas, visto que ela sabia desse peculiar costume do meu priminho e nunca proibiu a criatura de freqüentar nossa casa...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Delicioso

Na última semana de janeiro, ainda de férias, tive a oportunidade de ler um livro delicioso. Essa me pareceu, sem dúvida, ser a melhor palavra para adjetivá-lo. 13 dos Melhores Contos de Amor da Literatura Brasileira me fez sentir apaixonada e de coração partido por entre suas linhas. Das muitas razões que me fizeram escrever isso aqui, vou pontuar algumas.

O primeiro conto, Vasto Mundo de Maria Valéria Rezende, me deixou na boca com o gosto do inatingível. A inocência e a impotência que nos afoga ao lidar com o inalcançável,perceber como são tolas e ao mesmo tempo repletas de heroísmos as nossas atitudes diante disso.

O quarto conto,
O Homem que Voltou ao Frio de Cíntia Moscovich me fechou a garganta. Me fez subir uma angústia em pensar no que por mim não foi vivido, pensar nas escolhas que nos levam a tantos caminhos e que nos afastam de tantos outros que foram por nós preteridos. As possibilidades do que poderia ter sido, mas que não foi. Desse escolhi a última frase "E porque, afinal, teria sido inútil tornar sagrado o que já era precioso."

Do quinto conto, Histórias de Gente e Anjos da Lya Luft, deixo um trecho com sabor de observação "P.S.: Não importa muito como se faz nem em que direção se vai no amor, no trabalho, na visão de mundo, num novo projeto. O tempo estreito dos relógios, e todos os sensatos regulamentos que nos despersonalizam a cada hora de cada dia, são válidos quando aqui e ali abrem intervalos por onde se pode expandir a vida."

O sexto, de Marina Colassanti, Onde os Oceanos se Encontram, é verdadeiramente um encontro com a nossa dificuldade de aceitar o não ser correspondido, o não ser o especial, o não ser amado. Não é egocentrismo, é dor e amarga a língua.

O sétimo, o último dos preferidos, Conto de Verão n°2:Bandeira Branca de Luiz Fernando Veríssimo, foi o mais gostoso de ler. "...E a todas essas ele pensando: digo ou não digo que aquele foi o momento mais feliz da minha vida(...) e que todo o resto da minha vida será apenas o resto da minha vida?"

É mesmo assim a ironia com que a vida brinca com cada história, sem dar tempo de voltar atrás, fazer de novo ou fazer de conta.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A música de HOJE

Ironic

Alanis Morissette
An old man turned ninety-eight
He won the lottery and died the next day
It's a black fly in your Chardonnay

It's a death row pardon two minutes too late
Isn't it ironic... don't you think


It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures

Mr. Play it Safe was afraid to fly
He packed his suitcase and kissed his kids good-bye
He waited his whole damn life to take that flight
And as the plane crashed down he thought
"Well, isn't this nice."
And isn't it ironic ... don't you think

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought... it figures


Well life has a funny way of sneaking up on you when

you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way
of helping you out when you think everything's gone wrong and everthing blows up in your face

A traffic jam when you're already late
A no-smoking sign on your cigarette break
It's like 10,000 spoons when all you need is a knife

It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife

And isn't it ironic... don't you think
A little too ironic.. and yeah I really do think...

Well life has a funny way of sneaking up on you
And life has a funny, funny way of helping you out

Helping you out



Irônico mesmo é alguém conseguir ser tão incrível...

Just a dream

Eu volto de Arraial, recebo algumas notícias e Soninho ainda vem com esssa! A música que ele me mandou foi "Just a Dream"-Nelly. Boa música e condizente com o momento da postagem... rsrsrsrs Obs.: A preocupação dele era que eu não postasse o resto da conversa. kkkkk

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Números Negativos


Hoje, voltando do curso que faço no centro de Niterói, presenciei uma cena dentro do ônibus que não pode ser só mais uma. Um casal que estava dois ou três bancos a minha frente simplesmente atirou pela janela uma garrafa de água. O fizeram na direção dos carros que vinham na mão contrária e por isso a garrafa bateu com toda força em cima de um capô. Como o ônibus estava em movimento, nada aconteceu com o casal, nenhuma reprimenda. Admito que fui acometida na hora de uma vontade louca de ir reclamar com eles, porém, percebi que seria patético da minha parte virar justiceira dentro do ônibus, até porque os fulanos agiram na maior naturalidade tais quais os outros passageiros.

Não é preciso ser fiscal da natureza ou engenheira ambiental para saber a tamanha falta de educação, além do desrespeito com o ambiente público, que é atirar uma garrafa pela janela. Eu não sou do tipo que levanta bandeira ambientalista, mas entulho minha bolsa de papéis e plásticos de todo o tipo na tentativa de não piorar ainda mais a situação das ruas da cidade onde vivo. A situação toda me deixou tão incomodada que me fez olhar fixamente para o casal tempo suficiente para ficar sem graça. Não eles, mas eu, visto que os dois não davam a mínima para o acontecido.

Fiquei vagueando com os porquês de tanta indiferença, ou seria tanta diferença de pensamento, de atitude... Sou levada a acreditar que é a ignorância. Não falo como forma de menosprezar ninguém. Refiro-me a falta de uma educação básica, até mesmo cultural, que nos faz enxergar o óbvio. Aquela educação que nos diferencia das populações que na Europa Medieval jogava seus esgotos no meio da rua ou sequer lavava as mãos.

O que me espanta é que em todo jornal, revista, noticiário, são apresentados números de crescimento da educação no nosso país. A olhos nus é possível perceber a melhoria sócio-econômica. Mas parece que o que atingiu o bolso não conseguiu atingir com o mesmo impacto a educação, de forma a gerar uma consciência cidadã. Ainda que os números de analfabetos tenham caído significativamente nas últimas décadas, será que temos educado novos cidadãos, pessoas que exerçam uma leitura crítica de onde estão inseridas?

É essencial que nos enxerguemos partes integrantes e atuantes dentro da sociedade. O papel da educação também é fazer com que possamos entender a dimensão das atitudes que tomamos e como elas se refletem em nós mesmos. Será que somos sujeitos tão passivos assim? Não devíamos. Talvez o investimento das políticas públicas nas últimas décadas tenha sido voltado para uma educação técnica demais, talvez a sociedade tenha de certa forma optado por isso. Porém, se só nos preocupamos em torcer as porcas e os parafusos, não teremos tempo para ler os manuais.

Até quando culparemos os outros pelas sujeiras das nossas ruas, pela falta de estrutura das universidades, pela violência ou pela corrupção? Afinal quem anda nas ruas? Quem estuda nas universidades? Quem paga impostos? Quem consome? Quem escreve na rede mundial? Quem vota? Nós, enquanto pessoas, eleitores e cidadãos somos responsáveis.

É preciso acreditar na educação como meio eficiente para alcançar melhoria social, política e econômica. Todavia, não é essa crença que se vê nas camadas mais carentes da população. Em uma pesquisa divulgada na Folha de São Paulo (26/01/2008) dos 1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos que abandonaram os estudos, quatro em cada dez dão como causa a perda do interesse ou a não convicção de que a escolaridade os ajudaria a conquistar um bom emprego. Quanto menos informados, quanto menos educados, mais servimos para engordar números negativos.

...e a cidade continua suja.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Conclusões...


Dia 17 de janeiro participei da cerimônia da OAB onde recebi minha carteira de estagiária. A entrega acontece juntamente para advogados e estagiários. Foi uma bonita cerimônia, apesar de ter ouvido comentários de outros colegas que já haviam recebido as suas, eu confesso que esperava algo bem mais simples, como uma entrega de carteirinha de estudante ou certificado de participação da faculdade.

Nesse dia guardei dois discursos que ouvi. O primeiro a falar foi o paraninfo, um senhor bem idoso do qual eu esperava palavras mais duras quanto à pequena quantidade de aprovados e de total apoio a entidade da classe, além do louvor a instituição. Bom, eu me enganei. Ele começou falando sobre um tempo em que foi abolido o exame da ordem, como é esperado de alguém que já pode ver sua história construída e até de certa forma reconhecida. Relembrou as alegações que eram feitas para embasar essa abolição, as quais ainda são bastante exploradas no meio acadêmico- jurídico.

Assim como hoje, a necessidade de uma prova após a emissão do diploma pela instituição de ensino superior (que estaria aprovada pelo governo para formar tais profissionais) seria um absurdo. Todavia, não parece assim tão absurdo quando se pensa na possibilidade de desembocar profissionais desqualificados para lidar com a justiça do país. Só que esse temor não se apresenta diretamente ligado a proficiência das faculdades em preparar seus alunos, mas sim em todo um sistema educacional desgastado e ineficiente, desde a educação básica.

De outro lado, não é possível deixar de enxergar o grande mercado que se tornou o exame. A vergonha que envolve cursinhos de todo tipo, manuais e livros numerosos. Além da grande rentabilidade para a própria ordem, gerada pelas inúmeras inscrições daqueles que desesperados tentam a prova pela quarta ou quinta vez. Enfim, ele não negou a necessidade da prova, ressaltando não a falta de capacidade dos formandos, mas antes a falta de capacidade da educação como um todo, o interesse de alguns e a incapacidade do governo em políticas concretas na área.

Porém, não foi somente este discurso que me prendeu. Outro a ter o privilégio da palavra foi um rapaz, advogado que aparentemente não exerce há muito tempo a profissão, mas bastante reconhecido. Este falou sobre surdez, vontade e método.

Ilustrando sua dissertação trouxe a todos a fábula de uma corrida na selva, em que dentre muitos animais participava também um sapinho. Esse sapo começou a corrida junto com os outros animais. A todo o momento os outros competidores falavam a ela palavras de desânimo, enquanto desistiam e paravam. Todavia, o sapo foi o único a chegar ao fim da corrida como vencedor. Na premiação o leão, rei da selva, lhe perguntou qual era o segredo para superar tantos obstáculos. No lugar da resposta do sapo, ouviu um: - Ahm? – O sapo era surdo!

Tirei duas conclusões, cada uma procedente de um discurso. Não podemos nos fazer de cegos. Porém, muitas vezes é preciso ser surdo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Caixa



Estavam todos sentados na sala. Palavras, quase nada. Muitos pensamentos, isso começava a lhe incomodar.

Eram as cores da hora de ir à escola que mais lhe chamavam a atenção... gostava muito do recreio... era ruim a forma como os raios de sol lhe atrapalhavam de ver a televisão...o cheiro do feijão lembrava vovó... odiava quando os cadarços se desamarravam... e por que nunca criava coragem para perguntar?

Já era hora de lavar as mãos. Por mais que tentasse os pensamentos continuavam a rondar, eles estavam lá no intervalo de cada garfada. Acabou, pediu licença.

Os danados a seguiram de volta para a sala, ainda que por alguns instantes fossem apenas o pano de fundo daqueles que ela buscava se apegar com tanto esmero e polidez. Os mal-educados nunca batem antes de entrar, eles invadem porta adentro e tornam-se cada vez mais recorrentes quando se tenta expulsar. O certo é conversar com eles, explicá-los seus motivos, fazê-los compreender e educá-los. Assim eles se vão, e ainda que retornem, já serão velhos amigos.

Mas ninguém lhe havia ensinado isto. Apenas educavam-na a guardá-los na caixa, juntamente com as perguntas e com seus modos afoitos (estes pareciam incomodar bastante, e apesar de não saber bem do que se tratava acreditava estarem de alguma forma ligados as brincadeiras que mais gostava).

A caixa ficava no canto da sala, com um belo laço, do lado direito de quem entra pela porta principal, ali pertinho do sofá. Todos pareciam ter orgulho de exibir a grande e quadrada as visitas, mas ela não conseguia entender. Ela gostaria de descobrir os porquês e todo o resto.

Tudo estava dentro da caixa - bem lacrado - ela precisava se presentear.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Use Somebody

Não sou das mais místicas quanto à virada do ano. Não dou pulinhos. Apenas como o que gosto, nada de iguarias extraordinárias. Passei com um vestido nude, tomara-que-caia, unhas vermelhas e sapatilha dourada (cores escolhidas sem superstição). Fui à igreja. Não fiz pedidos de "virada", pretendo me ater a objetivos que possa concretizar durante o ano, será estudo, estudo e estudo. Abracei a muitos, todos que apareceram, dos mais queridos aos desconhecidos que me rodeavam. Amei os fogos, comi e dormi bastante.

Neste primeiro dia de 2011, após um almoço na casa de parentes, volto-me a continuidade do acesso e atualização de meus pequenos espaços na rede mundial de computadores. Senti durante todo o dia a necessidade de postar algo novo, em razão do tempo que não estarei com livre acesso. Alguns assuntos vêm martelando em minha mente nessa última semana, tenho seguido o conselho de uma amiga (mais experiente quanto aos blogs), que me orientou a escrever os flashes que vêm à mente, retalhos que serão depois costurados para formar o texto que insiste em dificultar.

O primeiro envolve pessoas próximas e tenho a pretensão de retratá-lo da forma mais fictícia possível. O outro ainda parece-me abstrato demais, é apenas um tema comentado por um professor de ética em sala de aula, mas que preciso amadurecer de alguma forma.

Em razão de serem esses assuntos embrionários, vou postar hoje apenas uma música que não tem saído da minha mente já faz algum tempo. Estou descobrindo o que ela diz a mim e de mim.

Use Somebody
Kings Of Leon

I've been roaming around
Always looking down at all I see
Painted faces, build the places I can't reach

You know that I could use somebody
You know that I could use somebody

Someone like you, and all you know, and how you speak
Countless lovers under cover of the street

You know that I could use somebody
You know that I could use somebody
Someone like you