"São pensamentos soltos traduzidos em palavras Pra que você possa entender O que eu também não entendo"

Concordei com o 'compromisso ético' do blog da Dora (caffe bar) e por isso pretendo praticá-lo aqui.
Assim o farei: todo texto que não for meu estará em BRANCO e com a possível referência. Os meus textos estarão coloridos, como gosto de postá-los.

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domingo, 13 de março de 2011

Lembranças II

Minha mãe sempre repetiu que eu não deveria rir das outras crianças quando caíssem ou se machucassem. Acredito que a ideia era ensinar a não rir das pessoas em situações desconcertantes, principalmente em casos de acidente, pois as gargalhadas, quase incontroláveis, envergonhariam ainda mais.

O interessante é que a recíproca não era verdadeira. Quando pequena eu sofria de um desvio pouco conhecido, provavelmente desenvolvido pelo excesso de mimo e muito ajudado por minha índole pacífica. Imagine o absurdo: sempre que eu caía, fosse no meio de uma brincadeira ou andando daqui-para-ali, eu não me levantava sozinha, de forma alguma. No melhor estilo "manga madura", que não se contenta em cair, precisa se esparramar!

Em geral eu chamava meus pais num choro contido ou esperava a boa vontade do adulto mais próximo afim de que este num gesto de piedade me levantasse do chão. Fato é que por isso, ao contrário de outras crianças que malandramente se recuperavam do susto, eu fui por muitas vezes alvo das tais gargalhadas que tanto me privara.

Eu sei que as pessoas em geral tentam evitar o riso nessas ocasiões vexatórias, mas quase ninguém consegue. O divertido é que as situações constrangedoras podem ser imortalizadas, e o são há algum tempo no melhor estilo "video cassetadas", o que tomou proporções globais após o fenômeno YouTube, que torna tudo ainda mais divertido e desconcertante.

É nessas horas que eu agradeço pela sorte de não ter tido nenhum tio palhaço
o bastante para me pegar no flagra numa filmagem inusitada que se perpetuaria para alegria dos familiares; ou pelo simples fato de não ser famosa, o que evita ter um exército de paparazzi ao meu entorno.

Já a Ana Hickman não tem a mesma sorte. Assistir a transmissão ao vivo ajudou a comprovar que eu não exagero quando descrevo as tais cenas de infânica, visto que a "manga madura" é uma síndrome terrível que dificulta a recuperação de qualquer um. Admito que foi reconfortante descobrir que outras pessoas sofrem do mesmo desvio. O melhor é que isso garantiu a mim e a outros milhares de telespectadores boas risadas nesse carnaval.

Como diria minha mãe, é muito feio rir da desgraça dos outros... Mas é b
om! Afinal, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

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